Obra parada faz com que museu abra somente de quinta a domingo

Diante da gravidade do momento que o Museu do Pontal enfrenta, vimos a publico prestar alguns esclarecimentos. A obra do Novo Museu, na Barra da Tijuca, deveria terminar em julho de 2017, no entanto, o não cumprimento do contrato por parte da construtora Calper paralisou o trabalho. Este patrimônio brasileiro tão importante, está em risco mais uma vez, a cada chuva, a cada verão.  

A mudança é necessária por conta da urbanização no entorno da atual sede do Museu Casa do Pontal nos últimos anos, tendo o Museu passado a sofrer enchentes por conta da impermeabilização do solo da região e pelo fato de seu terreno ter ficado abaixo da cota das novas ruas. A COPPE/UFRJ recomendou, então, a construção de uma nova edificação em outro terreno para a segurança das cerca de 8.500 obras do mais importante acervo de arte popular do Brasil, parte dele tombada em 1991.

A nova sede do Museu Casa do Pontal está sendo construída no coração da Barra, em local acessível, que concentra cerca de um milhão de habitantes, a quatro quilômetros do Barra Shopping e da Cidade das Artes. Projetado pelos premiados Arquitetos Associados das  galerias de Inhotim (MG), com paisagismo assinado pelo escritório Burle Marx, sua localização é fruto de negociação com a Prefeitura, que reconheceu sua responsabilidade na questão, e cedeu um terreno na Barra da Tijuca por um período de 50 anos renováveis, e garantiu parte dos recursos para a construção da nova sede – R$ 7,5 milhões do total de R$ 11 milhões. Esta verba seria repassada pela empresa Calper, que estava em dívida com a Prefeitura. As obras começaram em junho de 2016 e estavam previstas para terminar em julho deste ano. 

Entretanto, a Calper, restando cerca de R$2 milhões, alegou incapacidade financeira para concluir a obra. Havia um seguro entre a Calper e a Prefeitura que garantia a finalização da obra em caso de dificuldades financeiras da Calper, no entanto quando a Prefeitura foi acioná-lo o mesmo tinha vencido a vigência.

A situação é paradoxal: 70% do novo museu totalmente construído; um contrato assinado com o BNDES, para transferência de acervo e garantia de 1 (um) ano de manutenção.

Hoje a obra está paralisada e os gastos com a manutenção do canteiro de obras estão sendo arcados pelo Museu Casa do Pontal, e em função disso, a sede atual terá o seu funcionamento reduzido a partir de novembro, e só abrirá de quinta a domingo. Em 25 anos é a primeira vez que isso ocorre.

VERÃO: AUMENTO DE RISCO PARA O ACERVO DO MUSEU

A paralisação da obra e o não cumprimento do prazo de inauguração são motivos de extrema apreensão para a diretoria do Museu, pois o cronograma evitaria que o acervo tivesse que enfrentar as chuvas de verão na sede atual. As peças, feitas em materiais delicados, não podem entrar em contato com a água de forma alguma, com risco de perda total.

A direção do Museu busca solucionar o mais rápido possível a atual situação, de maneira a retomar a obra e abrir o Museu novamente de terça a domingo.